Procedimentos
Receptora de Óvulos (Ovodoação)
Ninguém vem se preparando durante a juventude para ter filhos com óvulos de outra mulher. Ao contrário, somos preparadas para achar a maior graça e torcer para que nossos filhos se pareçam conosco. Isso é natural, mas não percebemos que queremos mesmo é gestar, parir, amamentar, cuidar, ensinar e viver num ambiente familiar gostoso. É isso que, na verdade, queremos. Trabalhamos muito na nossa cabeça uma maternidade ideal (filhos parecidos, bonzinhos, saudáveis, que não fazem birra, estudiosos, brilhantes), mas a maternidade é real, avassaladora, intensa... Ela passa na nossa vida atordoando os nossos sentidos e reprogramando as nossas expectativas. Mulheres que engravidam naturalmente e de óvulos próprios, só irão se dar conta dessa maternidade real quando o filho nasce. Mas, a mulher que passa por uma decisão de fazer seu tratamento com óvulos doados, começa a viver essa maternidade real bem antes. Além de informações técnicas do tratamento, a paciente candidata a receber óvulos doados precisa é de suporte psicológico adequado, precisa de respeito às suas decisões e proximidade com seu médico. Agora, sim, vamos nos ater às informações técnicas.
Indicações:
1. Mulheres menopausadas (são mulheres que não produzem mais óvulos;
2. Mulheres de idade avançada/nos limites da idade reprodutiva;
3. Mulheres que têm múltiplas falhas em tratamentos com óvulos próprios;
4. Em casos raros, mulheres portadoras de doenças genéticas incompatíveis com prole saudável (ainda que tenham boa reserva ovariana).
A ideia é a seguinte: uma mulher jovem que tenha boa reserva ovariana e boa saúde (paciente doadora), doa seus óvulos para uma mulher que não consegue engravidar com seus próprios óvulos (paciente receptora).
Uma informação importante é que no Brasil, esse tratamento é anônimo, ou seja, doadora e receptora nunca saberão suas identidades. Mas, existe uma exceção a essa regra, o CRM autorizou recentemente a doação entre parentes de até 4º grau (que são: mãe, filha, tia, irmã e prima de 1º grau). Nesse assunto, devemos lembrar sempre das considerações psicológicas de ambas as familiares e idealmente submetê-las a avaliações psicológicas cuidadosas.
A escolha de uma doadora compatível com as exigências feitas pelo casal é de responsabilidade do médico e da clínica. Uma ficha de cadastro da doadora é enviada ao casal, contendo as seguintes informações:
1. Cor da pele e raça;
2. Cor e textura do cabelo;
3. Cor do olho;
4. Peso e altura;
5. Grau de instrução e religião;
6. Motivo da infertilidade;
7. Tipagem sanguínea ABO e Rh;
8. Esse "pareamento" recebe um importante auxílio de uma ferramenta tecnológica, um software de reconhecimento facial chamado FENOMATCH. Trata-se de um artifício para que, ALÉM desses 7 primeiros itens que já nos faz ficar muito próximos das semelhanças da receptora, tenhamos características faciais compatíveis.
Mas, veja bem, esse é um assunto bastante delicado, pois, muitas vezes não temos nem entre pais e filhos ou entre irmãos semelhanças importantes. Minha postura é sempre respeitar bastante e procurar as características solicitadas de uma maneira soberana.
Caso esteja vendo a necessidade de extrema semelhança entre você e a doadora, dedique o tempo que for necessário para que você volte ao início de tudo. Oriento que volte ao momento que aceitou esse tratamento. Cheque se ele está aceito completamente, pois, agora o tempo não está contra você, muito pelo contrário, ele está a seu favor. Diferentemente da época em que a gente está lutando para tratamento com óvulos próprios, em que cada 2 a 4 meses fazem diferença, aqui na Ovodoação, fazer o tratamento com 43 ou com 44 anos não fará a menor diferença. E, temos que nos assegurar que a aceitação está completa e que você está de peito aberto para que não haja nenhum arrependimento no futuro.