Causas da Infertilidade
Tratamento de Aborto de Repetição
O diagnóstico de aborto de repetição se dá quando ocorrem 2 ou mais perdas gestacionais com menos de 20 semanas. Apesar da definição ser essa mesmo, ou seja, precisar de 2 perdas para ganhar o diagnóstico, esse episódio é muito devastador na vida de um casal, especialmente na vida de uma mulher.
Aqui vai uma opinião pessoal que diverge um pouco da literatura. Em algumas situações defendo investigar casais que tiveram apenas 1 aborto e até mesmo casais com infertilidade. Trata-se de gestações com muita expectativa em mulheres que nunca engravidaram, portanto nunca foram expostas.
Quais doenças investigamos?
- Embriões geneticamente alterados;
- Diabetes melitus (especialmente se estiver descompensada);
- Anemia;
- Distúrbios da tireoide (Hipo ou Hipertiroidismo);
- Tabagismo/uso de drogas e/ou álcool;
- Malformações uterinas como útero septado, bicorno, didelfo etc;
- Adenomiose;
- Pólipos e miomas (especialmente os miomas que estão dentro da cavidade uterina);
- Trombofilias (especialmente SAAF, Síndrome do Anticorpo Antifosfolípede);
- Causas genéticas (translocações ou inversões cromossômicas e até mesmo avaliação crítica da idade materna, como sendo causadora de erros genéticos do embrião predispondo ao aborto);
- Causas paternas como aumento da fragmentação do DNA espermático e alterações genéticas;
- Infecções: endometrites e salpingites sempre devem ser afastadas, pois, podem causar perdas gestacionais;
- Causas Imunológicas.
Tempo de investigação
Vemos mulheres lutando para fazer essa investigação que às vezes demora anos... Causas anatômicas como pólipos, miomas, adenomiose e malformações, podem ser desvendadas durante a primeira consulta com o uso do ultrassom e suas ferramentas como US 3D, Histerossonografia, pesquisa de adenomiose etc. As outras demais causas são investigadas solicitando exames que ficam prontos, TODOS, em torno de 1 mês que é quando acontece o retorno com os exames e as condutas já podem ser tomadas.
Muito se fala que em quase 50% dos casos a causa não é descoberta... Esse número não seria tão grande se percorrêssemos todo esse roteiro com exames de boa qualidade e realizados por especialistas.
Vemos também mulheres sendo investigadas adequadamente e recebendo diagnóstico de abortadora de reptição sem causa aparente com idades superiores a 38-40 anos. Nesse caso, a causa está mais que evidente e é a idade materna avançada. Mesmo nesse caso, os exames devem ser realizados, pois, não é infrequente termos mais de 1 diagnóstico em um só casal. Mas, se não achamos nada mais, somente a idade materna avançada já é suficiente para explicar as perdas gestacionais. Entre mulheres jovens temos cerca de 10% de aborto enquanto que em mulheres acima de 40 anos, esse número pode ultrapassar 50%.
Entre as causas "escondidas" de aborto estão:
- Adenomiose;
- Endometrites (infecções);
- Causas imunológicas;
- Fragmentação do DNA espermático.
As outras causas habitualmente são "fáceis" e sempre lembradas pelos ginecologistas. Muito raro não te pedirem os exames de trombofilias, raro esquecerem do cariótipo... Mas, considero que essas 4 causas acima são as mais difíceis de estarem nos exames solicitados pela maioria dos profissionais. Fiquem atentas.
Tratamentos possíveis para abortadoras de repetição
Didaticamente divido esses casais em:
- Abortos de causas fetais: exemplo clássico são as aneuploidias. Mulheres que engravidam de embriões alterados, incompatíveis com a vida e que por isso abortam. Nesse caso, a FIV com PGTa (biópsia pré implantacional) é uma ótima opção, trazendo ótimos resultados
- Abortos com causas maternas como miomatose, adenomiose, alterações imunológicas, diabetes melitus, outras desordens metabólicas, trombofilias, malformações uterinas dentre outras, deverão ter sua doença ou condição de base no foco da nossa atenção a fim de corrigir quando possível e permitir a gestação até o nascimento de uma criança saudável